14. Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras (LE): a interculturalidade nos processos de letramento crítico

Coordenadores: Aleksandra Piasecka-Till (UFPR) e Diego Leite de Oliveira (UFRJ)

As concepções do ensino de LE tem mudado constantemente, o que não necessariamente influencia as práticas pedagógicas. No século XXI, em função das mudanças na percepção das necessidades do aluno inserido no mundo contemporâneo, permeado pela facilidade de uso das tecnologias de informação e comunicação, as abordagens educacionais buscam contribuir para o desenvolvimento da cidadania e da criticidade, valores sociais associados ao conceito de letramento crítico. Além do desenvolvimento das competências comunicativas, que marcaram o ensino de LE no fim do século passado e que se centravam no aprendiz individual, agora a prática pedagógica deve almejar a expansão da noção de pluralidade, diversidade e multiplicidade (MENEZES DE SOUZA, 2011). Pode-se dizer que ultrapassamos a visão de que se estuda uma LE para aprender a língua do Outro, adicionando a ela o conhecimento dessa língua do Outro para debater e refletir sobre as questões globais, não excluindo as locais. Assim, aprender uma LE nos permite compreendermos o nosso lugar na sociedade e no mundo, semelhantemente ao lugar do Outro, pois o letramento crítico auxilia nos entendermos que as maneiras de pensar e agir do Outro são diferentes das nossas próprias. Perceber que ‘diferente’ não significa ‘inferior’ ou ‘assustador’ é a chave para um diálogo intercultural é a aceitação da heterogeneidade existente em cada sociedade. No presente simpósio poderemos compartilhar as experiências e discutir as práticas pedagógicas na sala de aula de LE, inclusive as extracurriculares, ensinadas em espaços escolares ou não, com ênfase nas assim chamadas ‘línguas de herança’ ou ‘línguas de imigração’. Esse tipo de ensino e/ou aprendizagem implica frequentemente o desejo de (re)construção de uma parcela significante da identidade étnica, beirando a supervalorização da cultura dos antepassados, estudada na contemporaneidade. Pretendemos verificar quais são as maneiras de contribuir para que o aprendiz de LE como sujeito formado no contexto sócio-histórico-espacial específico seja preparado para interpretar criticamente os significados produzidos em ambas as línguas, tanto a estudada como a materna.