3. Patrimônio cultural polonês: o legado para as cidades brasileiras

Coordenadores: Schirlei Mari Freder (Casa da Cultura Polônia Brasil) e Paulo Ivan Rodrigues Vega Júnior (UNB)

O mundo em que vivemos, cada vez mais, “tem se tornado menor”, com cidades mais intimamente ligadas econômica, política e culturalmente (KARWIŃSKA 2010), como consequência, uma série de visões e valores que, por muito tempo, tenderam a se afastar, na atualidade ─ com as facilidades de locomoção e de comunicação ─ parecem estar se aproximando. Se mudam as interações entre espaços geográficos, não são diferentes os processos históricos de transformação da própria concepção de cultura. As interfaces entre cultura, políticas nacionais e cidades vêm sendo dinamicamente reformuladas, com intensidade maior percebida nas últimas décadas. Diante da ressignificação da cultura, com reflexos na sua relação com a cidade e os cidadãos, as políticas públicas a que ela se vinculam também têm sofrido alterações ao longo do tempo. No campo do patrimônio, por exemplo, a relevância da preservação passou a ser comumente associada à contemplação, à fruição estética e aos contatos de experiência em relação àquilo que já foi pré-selecionado e constituído como “patrimônio”. O patrimônio, com isso, passou a agregar elementos intangíveis de diferentes dimensões do desenvolvimento, como cultura, turismo, economia, educação, identidade, imagem, emprego, inserção social, entre outros (VARINE 2012). Os poloneses, ao longo das gerações que se seguiram aos primeiros imigrantes, transplantaram valores, costumes e instituições, o que culminou por formar uma nova cultura polono-brasileira, muitas vezes com claras particularidades locais. A história de cada grupo é claramente perceptível em diferentes cidades brasileiras, como resultado de esforços de quatro, cinco ou seis gerações que contribuíram com conhecimentos de diferentes dimensões para definir identidades de lugares e cidades. O presente simpósio tem como objetivo compreender especificamente o legado cultural deixado para as cidades brasileiras pelos poloneses por meio de instrumentos de gestão urbana e políticas públicas de proteção do patrimônio material e imaterial e/ou pela ação de grupos, organizações e sociedades culturais polono-brasileiras.