5. Esperantologia e Interlinguística

Coordenadores: Ivan Eidt Colling (UFPR) e Luiz Fernando Dias Pita (UERJ)

O Simpósio “Esperantologia e Interlinguística” pretende congregar pesquisadores que se dedicam ao estudo da língua internacional planejada esperanto, seja no aspecto linguístico, literário, de tradução ou de ensino da língua e, de maneira geral, à interlinguística, compreendida como a área da linguística focada na estrutura e nas ideias básicas de todas as línguas, com o objetivo de estabelecer regras para línguas auxiliares destinadas à comunicação escrita e oral entre pessoas que não compartilham a mesma língua materna (cfr. Jespersen, 1931). O esperanto foi proposto pelo médico judeu-polonês Ludwik Łazarz Zamenhof (1859-1917, conhecido em português como Luís Lázaro Zamenhof e em esperanto como Ludoviko Lazaro Zamenhof) após trabalho comparativo de diversas línguas étnicas, iniciado quando ele, ainda bastante jovem, morava em Bialistoque, cidade em que pelo menos quatro idiomas – o polonês, o russo, o iídiche e o alemão – conviviam nem sempre de forma pacífica, sendo a busca de uma língua neutra para o entendimento dos diferentes grupos étnicos a principal motivação de Zamenhof. As bases do esperanto vieram a público em Varsóvia, em 26 de julho de 1887, por meio de um livro de quarenta páginas intitulado “Lingvo Internacia”. Com 132 anos de história, é a língua planejada de maior sucesso, com uma comunidade intercultural de falantes em mais de cem países, inclusive com falantes nativos, e constituindo-se em expressão de diversas manifestações culturais – na literatura, na música, no teatro, em filmes. No dia 31 de outubro de 2014 o esperanto foi incluído na lista do patrimônio cultural imaterial da Polônia. O fato de ter surgido em território polonês, e de terem sido poloneses seus primeiros falantes e estudiosos, fez com que, desde os primeiros momentos da língua, ela se configurasse como veículo de divulgação da cultura e, principalmente, da literatura polonesa, para fora de suas fronteiras linguísticas. Assim, obras de Adam Mickiewicz e de Bolesław Prus, entre outros, constam das primeiras versões de obras literárias para o esperanto. O simpósio, portanto, insere-se na área de cultura e literatura, em diálogo com estudos linguísticos e de tradução. Cumpre salientar que os estudos interlinguísticos guardam especial relação com a cultura eslava, posto que, no séc. 17, foi o croata Juraj Križanić o primeiro a propor uma orientação ‘a posteriori’ na interlinguística, com sua língua pan-eslávica.